Ele já era um pouco mais velho, seu irmão ainda era um pouco doente e sua irmã...Papai vivia de bicos e era raro vê-lo em casa, mamãe trabalhava o dia inteiro.
Os pais D’ele não tinham muitas condições, então colocaram a irmã em uma creche e o irmãozinho, bem o irmãozinho ele nunca soube onde andava, mais ele lembra de quando teve que ficar sozinho, sem mamãe, sem papai, sem irmão ou irmã, era só ele, em casa o dia inteiro, esperem, Ele não estava sozinho.
Às vezes quando a tristeza vinha, o medo ficar sozinho estraçalhava o seu pequeno corpo, a voz aparecia, não sei de onde, mais vinha bem fraquinha como um sussurro, ele não entendia o que a voz falava mais pelo menos não se sentia mais só.
Um dia ele escutou a voz de seu pai, queria muito vê-lo, mais já estava na hora de estar dormindo, então preferiu continuar na sua cínica dormida e espioná-lo pela greta da porta.
Papai estava estranho, não conversava direito, estava tropeçando o tempo todo e parecia que estava falando um outro idioma, parecido com o nosso mais com a língua enrolada, e o cheio, que cheiro estranho era aquele, era forte, parecia com o álcool que mamãe usava para limpar a casa...Sem saber onde e como começou, ele viu seu pai batendo em sua mãe e na sua irmã e não fez nada, ficou quieto...E pela primeira vez na vida experimentou o medo.
Por quê papai está sim tão estranho não fala nada com nada e está fazendo coisas que, não costuma fazer.
Aquela noite foi tão difícil de dormir, mais enfim Ele pegou no sono, quando acorda o dia já começa a mesma rotina, todo mundo para suas ocupações e Ele sozinho em casa...Dessa vez o sussurro estava mais audível, mesmo assim, ainda não dava pra entender o que ele queria dizer, de quem era ou sequer de onde vinha, não tinha medo, apesar de estar só.
Nessa noite, o evento da outra se repetiu, e assim continuou por muitas outras, e outras e outras e outras...Ele não tinha reparado, mais o comportamento de sua irmã tinha mudado um pouco, ela não ficava muito em casa, era raro de se verem agora, que alivio, um dia a mais sem algum hematoma ou uma tentativa frustrada de homicídio.
Mais ela voltou, agora tinha seus 15 anos de idade, Ele tinha penas 10, ó céus, ela parece que voltou pior, por quê bate assim N’ele? Não o fez nada! Por quê desconta a sua raiva?...A sim, está explicado agora. Ele era apenas um refúgio de seus lamentos, um mero “João bobo” em suas mãos.
Ele parecia não se importar, de certa forma ajudava a irmã á ficar menos estressada.
Pelo menos pra alguma coisa ele servia, mal sabia ele que o que via, não era nada do que era na realidade...
próxima semana...
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