Oitava série do ensino fundamental, o ultimo ano da “infância” e a metade da maldita puberdade. Cravos, espinhas, ereções inesperadas...Vontades inquietantes.
Enquanto todos se desesperavam para correr atrás de notas, no ano que talvez fosse o mais difícil do ensino médio, Ele estava tranqüilo, e lembrou da história da cigarra e da formiga, com a diferença que ele era a única formiga, e o restante, as cigarras desesperadas.
Um dado importante que o interlocutor deixou passar, nesse ano, depois de vários outros sem contato, o pai D’Ele entrou em contato. No final de seu segundo ano no baixo ensino fundamental ele se separou de sua esposa, todos choraram, ele não demonstrou como todos o seu entristecer devido à ocasião preferiu ficar quieto.
O ensino médio estava ai, e ele ainda estava tranqüilo até as mesmas sensações que vinha quando mais novo apareceram de novo. À vontade de ter alguém. De escutar eu amo.
Que droga! Estava indo tão bem, agora isso?
Mais não era apenas seus malditos hormônios que estavam agindo novamente, o medo voltara, não se sabe como, mais voltara. Já não conseguia ficar só, o escuro o amedrontava, e ter a companhia de uma outra pessoa passou a ser mais que vontade mais uma necessidade. O ano foi turbulento, suas notas caíram, sua atenção estava em outros rumos, rumos diferentes dos que se encontrava antes, sem motivo nenhum aparente, tudo que era antes voltou! Não conseguia deixar de importar com comentários de terceiros.
Correu atrás, passou de ano, tomou outros “não” se fechou mais um pouco, regrediu no tempo!
Preferiu não passar o natal nem o ano novo com ninguém, só com sua voz!
No seu ultimo dia, fez um ritual, nenhum que já tenha visto. Pegou todas as suas coisas que lembravam de sua condição degradável, suas cartas recebidas, suas próprias mentiras. Juntou e ateou fogo. Aquilo era pra representar que agora teria umas vidas novas, que uma fase nova da sua vida iria começar, e a antiga se extinguir. Mais chorou, pois ali estava sua vida até agora, ruim ou boa, era a sua vida.
Foi-se dormir em pranto!
Deitou-se em sua cama que parecia mais aconchegante que em qualquer outra data.
Aos poucos, as vozes de comemorações do ano vindouro foram se apagando, os sentidos foram se perdendo pouco a pouco, estava começando a dormir.
Momentos antes de mergulhar no seu subconsciente, escutou uma voz lhe dizendo:
“Dorme, agora é minhas vez”.
Dormiu.
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*-*
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