Ele não se portava mais como antes. Não comia como antes, não andava como antes, não fingia como antes... Agora era sempre diferente para o que acontecia a sua volta. Sua irmã já não o fazia se sentir menor do que era, pelo contrario, ao reparar nela agora ele sentia pena. Não se engrandecia com esse fato, apenas sentia pena, não por ela ser como era mais pelo fato de nunca ser como Ele.
Seis meses decorridos do “encontro consigo mesmo” Ele ainda continuava como no dia anterior do fato consumado. Mais a sua infância ia ficando para traz, não corria mais, não escondia mais, não jogava mais. Na cabeça de seus familiares passaram-se tudo. “Esse guri é altista”, “Pô! Com dez anos de idade o menino vai começar a ter retardo mental”.
Ele estava na quarta série do ensino fundamental agora, é a época em que meninos e meninas começam a virar rapazes e moças. Onde a puberdade injeta turbilhões de hormônios no organismo que alteram a pessoa por completo, tanto física quando mentalmente, mas...Ele já tinha passado por uma transformação mental muito grande, o que viria agora?
Sua metamorfose testosterônica o deixou confuso, pois nunca tinha sentido atração por mulheres, e agora essa atração o bateu com força violenta, quase como uma necessidade.
Mais que seus problemas antigos, agora enfrentava um novo desafio, sua vida inibida, a timidez era tão alta que sentia o que chamamos de “vergonha alheia”, conseqüentemente a relação com outras pessoas era uma coisa muito difícil de se fazer ou ter...No ano anterior nutria encantos por uma garota de olhos verdes e orelhas de raposa. Não conversava com ela ou sequer trocava olhares, ela não sabia seu nome, enquanto ela sabia muita coisa sobre ela. Na no ano onde nos encontramos na história ela já não estudava mais em sua escola, então ele se forçou a encontrar alguém para por no lugar da raposinha de olhos verdes, não demorou e a encontrou, era simples, não era muito bela mais tinha um sorriso encantador que aquecia sua face e esfriava seu abdômen. Era uma sensação ao mesmo tempo gostosa como incomoda, nunca sentira isso, o deixara vulnerável e não o permitia pensar como de costume... Uma certa vez, nessas danças juninas (um exercício que Ele se impôs a fazer) Ele foi disputado por duas garotas, não o valiam muito a conquista, pois uma delas era sua prima e a outra ele não nutria algo em especial nem a amizade. Mais foi ele. O sorriso que esfriava e aquecia ao mesmo tempo quem o puxou para a dança, nos dias de ensaio, ele se sentia a pessoa mais feliz do mundo, por ter sido a escolha da sua escolha(...)
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